moradias provisórias

Alunos ocupam Centro de Eventos, e UFSM deve pedir reintegração de posse

Da redação


Foto: Renan Mattos (Diário) 

Após diversas reuniões realizadas ao longo do dia, o grupo de cerca de 15 estudantes que ocupam um espaço no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) permanecia no local até às 20h de hoje, rejeitando a proposta de utilizar o auditório do Diretório Central de Estudantes (DCE), localizado no prédio da Casa do Estudante Universitário (CEU) 1, no centro da cidade - negociada pela Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae) com o DCE. Na sexta-feira, os estudantes deram início à ocupação com o objetivo de garantir vaga na moradia provisória na instituição.

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Até o início da noite, os alunos ainda discutiam a proposta de ir para o Centro. Segundo a Prae, os espaços no Centro de Eventos, conforme a Prae, estão sob a gestão da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFSM (Agittec) e não podem mais ser usadas como alojamento estudantil.

Com isso, neste ano, a Universidade limitou em 330 o número de vagas para a moradia provisória, concedida para quem tem direito ao benefício, mas que ainda aguarda por um espaço definitivo nas unidades da CEU. Como os pedidos eram superiores à capacidade - cerca de 380 solicitações - muitos alunos ocuparam áreas como as estruturas no Centro de Eventos.

O pró-reitor Clayton Hillig explica que, nos anos anteriores, não havia essa limitação.

- Até o ano passado, utilizávamos essas áreas do Centro de Eventos, e a UFSM alugava imóveis para alojar todos. Porém, por restrições orçamentárias e por segurança, as vagas de moradia provisória foram limitadas. Temos um déficit de 50 vagas, e queremos resolver isso o quanto antes - explica.

Na segunda-feira, a caloura Diene Heinzmann, 18 anos, aprovada para o curso de Medicina Veterinária, enfrentou uma longa fila na busca por alojamento.

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- Consegui ser atendida, porém, estou na lista de espera. Tem gente que não tem para onde ir. Meus pais não sabem o que fazer, até pediram para eu voltar para casa e tentar de novo, no ano que vem, porque não temos condições de pagar aluguel. Tenho vontade de voltar (para casa), porque está sendo muito difícil, com pouco dinheiro, se hospedar em uma pousada - avalia a estudante, que é natural de Santo Cristo.

NEGOCIAÇÃO
Segundo Clayton, a ocupação teve início na sexta-feira, sendo que as vagas para a moradia provisória seriam abertas apenas na segunda. Com isso, as negociações começaram ainda no sábado, para que cada caso fosse regularizado.

Por outro lado, integrantes do DCE destacam a falta de planejamento por parte da UFSM.

- A Universidade já sabia que isso ia acontecer. Nós, enquanto gestão, já havíamos nos reunido com eles (Reitoria) e apresentado a situação de que, no primeiro dia, seria impossível encaminhar todos os alunos que estão chegando. Nenhuma providência foi tomada, nem uma assistência para quem não tem condições de voltar para suas casas - declarou Isadora Barrios, coordenadora geral do DCE.

Conforme o pró-reitor, a tentativa é sempre pelo diálogo. Mas, destaca que, caso a desocupação não ocorra até amanhã,  a situação será encaminhada para a Procuradoria, com o objetivo de garantir a reintegração de posse.

Para morar na Casa do Estudante da UFSM, o aluno precisa, primeiro, ter o pedido de Benefício Socioeconômico (BSE) deferido pela Prae. Após, ele é designado para uma moradia provisória até que a vaga em uma unidade definitiva seja liberada. Atualmente, a Universidade oferece 2,6 mil vagas nas CEU, nos quatro campi.

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